No final de 2023, os cinemas brasileiros se preparam para receber um filme que promete não apenas entreter, mas também nos fazer refletir sobre uma parte sombria da história brasileira. Com a estreia prevista para o dia 7 de dezembro, "O Sequestro do Voo 375" é um drama biográfico dirigido por Marcus Baldini e produzido pela Star Distribution Brasil. Os anos 80 foram marcados por agitação política, desafios econômicos e grandes tensões sociais. Em meio a esse cenário, em 1988, o Voo VASP 375, com mais de 100 passageiros a bordo, tornou-se o palco de um evento chocante. Raimundo Nonato Alves da Conceição, motivado por sentimentos de revolta e desespero, decidiu sequestrar a aeronave e ameaçar jogá-la contra o Palácio do Planalto. Nonato, um trabalhador comum enfrentando as adversidades de um Brasil em crise, decide dar um basta. Seu ato de rebeldia? Sequestrar um voo comercial e planejar um atentado ao coração político do país. Por outro lado, temos Murilo, o piloto do avião sequestrado. Enfrentando uma situação sem precedentes em sua carreira, ele carrega o peso da responsabilidade por mais de 100 vidas a bordo. Com o interior da aeronave tomado pela tensão e incerteza, Murilo tem de tomar decisões cruciais para evitar uma tragédia nacional. A manobra que ele executa, sob a pressão do sequestro, é tida como uma das mais impressionantes na história da aviação brasileira. Danilo Grangheia e Jorge Paz encabeçam o elenco, prometendo performances inesquecíveis. O roteiro, assinado por Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque, aprofunda-se nos eventos daquele dia fatídico e nas emoções que permeavam cada personagem envolvido.
Baseado em fatos reais, o filme brasileiro promete emocionar ao recontar um dos episódios mais tensos da aviação nacional.
ONZE DE JULHO DE 1973. O Boeing 707 decola do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, para um vôo de 14 horas rumo a Orly, na França. Entre os passageiros, a socialite Regina Lecléry, o senador Filinto Müller e o cantor Agostinho dos Santos. Esse voo, no entanto, jamais pousaria em Orly: a menos de um minuto do pouso, mergulha numa plantação de repolhos, tomado pelas chamas. VINTE E NOVE DE SETEMBRO DE 1988. Mais uma ponte aérea Brasília-Belo Horizonte-Rio na vida do experiente piloto Murilo de Lima e Silva, que naquele dia comandava o VP-375. Para quem pilotara caças militares, o trecho tranqüilo permitia até mesmo que ele e o co-piloto recebessem um amigo no cockpit para um papo. O céu era de brigadeiro até que um dos passageiros, armado, ordena que o avião seja espatifado no Palácio do Planalto. O desejo do seqüestrador era claro: atingir o Presidente da República, José Sarney. Todos a bordo morreriam juntos. TRÊS DE SETEMBRO DE 1989. Maracanã lotado para assistir ao Brasil X Chile, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 90. Longe dali, em algum ponto a princípio entre Marabá e Belém, Cezar Augusto Garcez comanda um vôo cego. Perdido em pleno ar, tenta se posicionar. No dia seguinte, a imprensa publicaria: "Avião desaparece na Amazônia". Em Caixa-preta, Ivan Sant'Anna reconstitui a trágica história desses três vôos. Partindo de um amplo trabalho de pesquisa e uma série de entrevistas, faxes, e-mails, telefonemas, cartas, documentos e laudos, o autor reuniu informações inéditas sobre os episódios e traçou, com mestria de ficcionista, os instantes que antecederam os vôos, acompanhando os principais personagens, retratando os momentos de pânico em que cada um viu a própria vida em risco.